segunda-feira, 7 de maio de 2007

" We are the champion, my friend! "


Eu acho que já nasci atleticano. Acho que no ventre de minha mãe eu já gritava: “Gaaaaalo”!
Se não nasci atleticano, ao menos meu coração já era atleticano desde o nascimento.
E se meu coração não era atleticano, ao menos minha alma já era.
Ou seja, de alguma maneira eu sempre fui atleticano.
Falo isso por que nasci num antro de cruzeirenses. Por isso, arrisco-me a dizer que num determinado ponto em que o espermatozóide que me originou passava, ouviu alguém dizer: “ Quando virar gente, torce pro Galo!”... e deste sôpro no ouvido ( se é que espermatozóide tem ouvido ) eu jamais me esqueci.
Gosto da cor azul. É uma das cores que me fazem bem. Mas não para torcer. Só pra decorar. Por que, na verdade, venero com toda a minha força e com toda a minha paixão a cor alvi-negra. É a cor do coração. Quem disse que ele é vermelho? É preto-e-branco e bate forte que é uma beleza.
Mas só é preto-e-branco no coração dos apaixonados.
E eu sou um apaixonado, pela vida. Só por ser assim, eu já sou “Galo”. Sou Galoucura, sou Galo Prates, sou SeleGalo, sou NetG@alo. Sou tudo que diz respeito ao meu time do coração. Da mente, da alma e da força.
Sou Campeão de Minas. 39 vezes. Sou mineiro, e tenho cara de atleticano. Sou chato, mas sou Galo. E é assim que a gente vai vivendo, vai levando.
Hoje eu tô feliz da vida, tudo que vier é lucro e todo lucro é bem vindo. Nem do meu chefe vou ter raiva hoje. Ele está perdoado até pelo que ainda não me fez.
O jogo foi de 180 minutos, e neste saldo o Clube Atlético Mineiro ganhou de 4 x 2.
E assim, sagrou-se campeão de Minas. E ser campeão de Minas é muito importante por que “...minas são muitas”, como bem disse o grande escritor João Guimarães Rosa.
Sendo assim, somos campeões de muitas faces, de muitas vidas, de muitos jeitos de viver, de muitas almas que vivem com o coração na ponta da chuteira nesse imenso estado que mais parece um país.
Viva o Clube Atlético Mineiro. Viva o Galo mineiro. O Galo mais lindo do mundo!
Que me perdoem os outros clubes, mas ver o Atlético ser campeão tem um saborzinho melhor. Ver que quem venceu não foi o salário em dia, os grandes jogadores de contratos milionários, o C.T de treinamento mais moderno, a palavra afiada na ponta da língua, a esnobação. Sim, observar que quem venceu foi o amor à camisa, ao clube e à imensa nação alvi-negra enche o nosso peito de orgulho e nos faz esbravejar com toda a garra: “ Como é bom ser atleticano!...”
E essa história não pára por aqui...

terça-feira, 1 de maio de 2007

A Paixão mais forte do que a morte


Meu pai era cruzeirense. Meu saudoso pai também era um exímio jogador de futebol. Um dos mais famosos da nossa cidade.Uma personalidade marcante. Bem querido por todos e acima de tudo, um excelente pai de família. Não me recordo de nada que faltasse em nossa casa sob a batuta incansável de meu pai, que além do grande professor jogador de futebol, tinha a sua real profissão com que nos sustentava arduamente de sol a sol. Era pintor de automóveis e residências. E, novamente, não me sinto pretensioso ao dizer: um dos melhores da cidade. Que me avalizem as grandes personalidades da cidade que tiveram a honra e o prazer de ter seus carros ou suas casas pintadas por ele.
Sim, esse grande homem que me ensinou tudo que sei da vida, tinha o seu time do coração: O Cruzeiro. Afinal, esse foi o time em que teve oportunidade de atuar por algumas pequenas partidas na década de 60, mas que, entre muitos e tantos motivos, preferiu deixar pra trás numa bela tarde de sol, na semana, na capital mineira, para retornar à sua modesta cidade, escondida atrás dos “dois irmãos” defronte à malhada dos Santos Reis.
Mas mesmo esse pai maravilhoso que tive, e em que orgulhosamente admito ter deixado um belo exemplo e um belo legado para nós, seus filhos, mesmo esta “Gran Persona”, não conseguiu infundir-me a paixão pelo seu time do coração. Este legado ele não deixou. Sou atleticano, do coração, da paixão, da gota serena, como bem dizem nossos irmãos do nordeste.
E isso por influência dos meus tios. Estes souberam infundir em suas famílias o sabor atleticano. Os filhos também são. Assim como também consegui infundir em minha filha o sabor e o desejo alvi-negro no sangue. Coisa que, admitamos, os cruzeirenses não conseguem e nem detém o poder. Apenas isso lamento meu exemplar pai não ter conseguido: deixar-me a herança de ser cruzeirense. Graças a Deus!
É isso, o atleticano é assim, antes de tudo, um apaixonado. E com esta paixão contagia a todos em sua volta, impera em sua família, produz frutos, e exacerba o coração.
O Atlético Mineiro é assim. Não pelos títulos, pois os seus adversários os possuem em grande escala. Não pelos campeonatos, por que até o de segunda divisão foi freqüentado pelo clube do coração. Mas pela glória de ser “Atlético”. Pela honra de ser um time, um clube. Quem é atleticano deveras, não somente torce: sente!
Chora, ri, diz besteiras, mas jamais abandona seu time. E, se a barca for furada, afunda com ele, na mais total passionalidade possível de existir.
É por essas e outras que vibrei como um menino na última vitória do “meu galo”, como se habituam a chamar carinhosamente o grande time aqueles que o defendem. Os seus torcedores fiéis.
Não quero menosprezar com isso o time do cruzeiro: tem seus méritos, tem seus craques, não está lá em grande fase, haverá de melhorar, por que como dizem os mais antigos: tudo nessa vida é passageiro.
Mas não posso em hipótese alguma menosprezar aqui também a vitória do Galo mais lindo do mundo. Diante do seu maior adversário. De um adversário que tem mais equilíbrio financeiro, time de ponta, craques caros. E muita esnobação.
Tudo isso deu mais peso a esse grande jogo, que por acaso, assisti estando no trabalho. Teve um gostinho a mais sendo assim.
E para tanto, venho aqui externar as minhas congratulações ao time mais maravilhoso do mundo: O Clube Atlético Mineiro!
Não sei que rumos tomarão as coisas daqui pra frente e nem mesmo posso prever se meu time será campeão. Mas de uma coisa estou ciente: Essa vitória já lavou a minha alma, que se morrer amanhã, irá pura, leve e limpa para o gozo eterno!
Beijos a todos os atleticanos do mundo!