Eu a conheço muito mais do que tu se conheces,
Sabes que sei dos teus passos,
Sabes que sei até onde podes chegar,
Sabes que sei quando tu mentes e quando dizes um pouco da verdade a que te propôes.
Tu te conheces, mas tens em ti a certeza de que sei o que tu pensas.
Sou capaz de prognosticar tuas ações e penetrar seus pensamentos.
Tu conheces e te assombras com isso.
Mas percebes em mim algo que não te oferecem.
Te oferecem amor, mas não te oferecem conhecimento.
Te oferecem prazer, mas não tens a saciedade da tua alma.
Te oferecem o mundo, mas não te oferecem a essência.
Por isso, sentes a minha falta.
Sentes a falta do muito que sou dentro de ti.
Sentes a falta da minha essência entrincheirada em tua personalidade.
Sentes a falta do aroma do meu caráter e do cheiro da minha verdade.
Desprezaste, não um corpo, mas a essência.
Desperdiçastes não o frasco, mas o perfume.
Sentirás a solidão do meu abraço.
Sentirás a úlcera dos meus afagos.
Estás a caminhar em busca do nada.
O vento bate à tua porta.
E logo, logo verás que o mundo imporá a teu semblante o rugido da fera da decepção.
Do amargor e da descrença.
Eu não sou o que tu querias,
Mas não terás jamais o que sou.
Tu ficas,
Eu vou!