terça-feira, 1 de maio de 2007

A Paixão mais forte do que a morte


Meu pai era cruzeirense. Meu saudoso pai também era um exímio jogador de futebol. Um dos mais famosos da nossa cidade.Uma personalidade marcante. Bem querido por todos e acima de tudo, um excelente pai de família. Não me recordo de nada que faltasse em nossa casa sob a batuta incansável de meu pai, que além do grande professor jogador de futebol, tinha a sua real profissão com que nos sustentava arduamente de sol a sol. Era pintor de automóveis e residências. E, novamente, não me sinto pretensioso ao dizer: um dos melhores da cidade. Que me avalizem as grandes personalidades da cidade que tiveram a honra e o prazer de ter seus carros ou suas casas pintadas por ele.
Sim, esse grande homem que me ensinou tudo que sei da vida, tinha o seu time do coração: O Cruzeiro. Afinal, esse foi o time em que teve oportunidade de atuar por algumas pequenas partidas na década de 60, mas que, entre muitos e tantos motivos, preferiu deixar pra trás numa bela tarde de sol, na semana, na capital mineira, para retornar à sua modesta cidade, escondida atrás dos “dois irmãos” defronte à malhada dos Santos Reis.
Mas mesmo esse pai maravilhoso que tive, e em que orgulhosamente admito ter deixado um belo exemplo e um belo legado para nós, seus filhos, mesmo esta “Gran Persona”, não conseguiu infundir-me a paixão pelo seu time do coração. Este legado ele não deixou. Sou atleticano, do coração, da paixão, da gota serena, como bem dizem nossos irmãos do nordeste.
E isso por influência dos meus tios. Estes souberam infundir em suas famílias o sabor atleticano. Os filhos também são. Assim como também consegui infundir em minha filha o sabor e o desejo alvi-negro no sangue. Coisa que, admitamos, os cruzeirenses não conseguem e nem detém o poder. Apenas isso lamento meu exemplar pai não ter conseguido: deixar-me a herança de ser cruzeirense. Graças a Deus!
É isso, o atleticano é assim, antes de tudo, um apaixonado. E com esta paixão contagia a todos em sua volta, impera em sua família, produz frutos, e exacerba o coração.
O Atlético Mineiro é assim. Não pelos títulos, pois os seus adversários os possuem em grande escala. Não pelos campeonatos, por que até o de segunda divisão foi freqüentado pelo clube do coração. Mas pela glória de ser “Atlético”. Pela honra de ser um time, um clube. Quem é atleticano deveras, não somente torce: sente!
Chora, ri, diz besteiras, mas jamais abandona seu time. E, se a barca for furada, afunda com ele, na mais total passionalidade possível de existir.
É por essas e outras que vibrei como um menino na última vitória do “meu galo”, como se habituam a chamar carinhosamente o grande time aqueles que o defendem. Os seus torcedores fiéis.
Não quero menosprezar com isso o time do cruzeiro: tem seus méritos, tem seus craques, não está lá em grande fase, haverá de melhorar, por que como dizem os mais antigos: tudo nessa vida é passageiro.
Mas não posso em hipótese alguma menosprezar aqui também a vitória do Galo mais lindo do mundo. Diante do seu maior adversário. De um adversário que tem mais equilíbrio financeiro, time de ponta, craques caros. E muita esnobação.
Tudo isso deu mais peso a esse grande jogo, que por acaso, assisti estando no trabalho. Teve um gostinho a mais sendo assim.
E para tanto, venho aqui externar as minhas congratulações ao time mais maravilhoso do mundo: O Clube Atlético Mineiro!
Não sei que rumos tomarão as coisas daqui pra frente e nem mesmo posso prever se meu time será campeão. Mas de uma coisa estou ciente: Essa vitória já lavou a minha alma, que se morrer amanhã, irá pura, leve e limpa para o gozo eterno!
Beijos a todos os atleticanos do mundo!

3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, q demora pra postar, hein?..eu já tava ansiosa pra alguma coisa. E foi muito bom ler hj sobre a sua paixão pelo atlético. Eu sou são-paulina, mas admiro muito o time do Galo e seus torcedores, e confesso que dessa vez acho q vcs serão campeões. Parabéns pelo post. Mas agora, eu pergunto: se vc é um atleticano tão apaixonado assim, por seu blog tá azul e branco, hein?..rsrsrsrsrs...bjão.

Anônimo disse...

Meu amigo e companheiro de Luta diária, grande Nairlan. Parabéns pelo escrito. Completo dizendo que aos atleticanos se deve reconhecer que a paixão da torcida é que faz esse time ser tão querido e tão admirado apesar dos poucos títulos que possui. Sou cruzeirense, mas assino embaixo do artigo, e conclamo aos amigos cruzeirenses que mirem-se no exemplo daqueles torcedores do atlético e exijamos um cruzeiro melhor para o mundo.

Anônimo disse...

Discordo do meu amigo Paulo e do seu comentário acima quando diz que o nosso Galo tem poucos títulos. Ser campeão mais de 38 vezes no campeonato mineiro e deixar o Cruzeiro com alguns poucos 20 titulos não é pra qualquer um. Ser o Primeiro a erguer a taça de campeão brasileiro não é pra qualquer um. E se contarmos que o título da segunda divisão é oficial, somos bi-campeões brasileiros, coisa que o tal Cruzeiro não é. Somos a maior torcida de Minas, e a prova maior disso é que na final do campeonato do ano passado lotamos 2 estádios, coisa que a torcida do Cruzeiro jamais fez e jamais fará... O que é mais importante do que isso?...apenas títulos?...fico com pena do choro de perdedor dos cruzeirenses.... Viva o Galo!!!!