segunda-feira, 18 de junho de 2007

Pessoas insubstituíveis...


Algumas vezes, senti-me perplexo, pairado
Outras vezes tênue e oblíquo.
Juro que as vezes insensato...
Outrora amargo...
E ainda outrora, nostálgico...

Não sei o porquê,os por quês,
As reticências, os malefícios ou as razões pela qual me sentisse tão inesperadamente alterado naquilo que instiga minha alma.
Mas nada como não ter você por perto.
Nada mais angustiante do que não sentir
o sabor de sua áurea incrustada
no peito ou exalada pela mente como um perfume que se lembra durante
todo dia depois de cheirá-lo apenas por alguns minutos.

Você está cravada...
Enfincada...
Estaqueada....
Em mim.

Você perambula pelo meu ser,
Divaga pela minha mente,
Opera meus pensamentos
E embaça meu raciocínio..

Arranca-me gargalhadas,
Depois impõe-me o choro...
Por você sou circo e funeral ao mesmo tempo...

Por você sou calor e sombra no mesmo instante.
Amor e dor
Lua e Sol
Norte e Sul
Surpresa e Saudade
Tudo...
E nada!

quarta-feira, 6 de junho de 2007

À sombra da noite


Fiquei parado em frente ao prédio onde ela morava por horas a fio. Fitei calmamente e com o semblante ávido e impávido a luz que emanava do seu apartamento. Fazia frio. A brisa que adentrava pelo meu rosto como que amaciando os pêlos duros de minha barba indicava que haveria ainda mais de esfriar porquanto o véu da lua cobrisse o céu e tapasse, negramente a luz do sol que pelo dia havia imperado.
Lá pelas tantas, percebi que havia, exausto, deixado-me levar pela magia do sono. Pela magia do sonho, pois, naquela madorna, entre a fantasia e a realidade, imaginei, que a luz do apartamento havia se apagado, e, que, apenas no lusco-fusco do abajour, a sua silhueta beijava um forte e alto corpo, que, apressadamente colocava o chapéu e apanhava seu “sobretudo” dando apressados passos em direção a porta. Nesse ponto, acordei, com um guarda-vigia batendo no pára-brisa do meu corcel 76 indicando-me o seu relógio, e balbuciando que aquela já não era mais hora de se estar dentro de um veículo em plena avenida Central, dormindo, como se o mundo fosse feito apenas de anjos. Eu precisava acordar, afinal, o inferno também existe. Literalmente, eu necessitava despertar. Assustado, inquieto, olhei novamente a janela, que agora já sem luz, estava consequentemente, sem vida para mim. Haveria meu sonho de ter sido verdade? Haveria mesmo alguém na sua companhia? Eu insistia em saber, enquanto o senhor guarda também insistia que eu abrisse a janela do carro e lhe satisfizesse seu questionário de dúvidas em saber o por que de um homem, com leves grisalhos sobre a testa, permanecer com o seu carro estacionado no canteiro da avenida Central fitando, mas ao mesmo tempo com os olhos perdidos, um apartamento no quarto e último andar do edifício “Aroeiras” precisamente às três e meia da manhã. Pelo menos era o que o relógio da Catedral indicava. Aliás, relógio imponente aquele. Totalmente iluminado, vistoso, garboso, informando a longas distâncias as horas cruciais da vida e do cotidiano metropolitano da minha intrínseca cidade, que de dia mais se assemelha a um vespeiro com suas fabricantes de papel, misturadas, entrincheiradas e alinhadas ao mesmo tempo, ordeiramente, e de noite frígida e silenciosa se parece com um cemitério onde as almas descansam sem nada ter que ver com as quezilas humanas. Era daquele relógio da torre da Catedral de Santa Rita de Cássia que eu percebia que a madrugada já era finda. As primeiras rajadas de luz no alvorecer já intimidavam o breu. Era preciso ir, mesmo sem querer. Mas era preciso. Mais um pouco e já não faria mais sentido estar ali, principalmente se ela me visse. Seria o ápice da vergonha. Ou da falta dela. Mas o que me intrigava mesmo era saber se meu sonho haveria sido realidade, ou se a minha realidade haveria entrado no meu sonho, ou se o meu desejo havia feito com que ela entrasse. Parado, argüindo comigo as prováveis possibilidades daquela noite, desguarnecido do tempo e da hora, despertei de vez para a vida quando um raio do astro-mor esbofeteou-me a face, anunciando sua chegada.
As luzes se apagaram. As vespas voltaram à ativa, e eu, ali, inerte, simplesmente ajeitei-me no assento, liguei o motor e dei a partida, carregando comigo a eterna dúvida pela qual desfez-se aquele romance impetuoso e intempestivo. E fui-me, partindo devagarinho, como se com o nascer da aurora, morresse em mim a esperança de que eu não havia sido trocado, mas apenas, abandonado.

Visão apocalíptica do mundo -Parte 1



O mundo não tem conserto. Vamos todos explodir no fim. Se a gente não explodir por um idiota qualquer cismar de querer conquistar o mundo, vai explodir por que a camada de ozônio vai deixar de proteger a terra e seremos envolvidos por uma massa quente que dará cabo às vidas humanas.
Ou pode ser também que uma doença pestial invada os corpos dos homens e reduza sua raça a pó. O dejeto produzido pelos corpos em estado de putrefação causará gases que chocarão seus compostos químicos e farão o mundo explodir.
Ainda há uma possibilidade que não pode ser descartada. A de que Deus exploda o mundo. Mas aí sem injustiça. Se ele vai explodir tudo isso, com certeza alguns humanos irão gozar de uma beatitude ou de uma recompensa pelos bons atos cometidos durante sua vida neste sistema atual.
Mas uma coisa é certa: Que o mundo vai explodir, isso vai. Ele tem que explodir! Precisa.Vai acabar, os homens vão se odiar cada vez mais por serem ávidos de poder e por serem ávidos de riquezas também.
Só sei de uma coisa: Não haverá salvação, a humanidade está fadada a acabar por suas próprias mãos ou então por uma pedra de seis mil megatóns Deus vai lançar aqui e tudo isso vai ficar sem Ter ninguém prá contar a história.
É o Armagedom!
Deus nos acuda...
Amém!

Visão apocalíptica do mundo - Parte 2

Seguindo a sugestão de um amigo, embrenhei-me na leitura de um livro chamado "Era dos extremos – o breve século 20" do autor Eric Hobsbawm, livro este que retrata a história mundial desde o início da primeira guerra mundial até o desmoronamento do regime comunista em 1991. Confesso que ao iniciar a leitura deste livro, o considerei um tanto quanto enfadonho para aquilo que gosto de ler. Amo história. Na verdade, amo a história mundial, mas, sinceramente, não gosto de muitas dissertações. Acho que ser claro, simples e ir direto ao assunto é mais emocionante do que divagar sobre um monte de sinônimos para falar uma única coisa, um único assunto. Aproveitando a oportunidade e não sendo muito divagante ou dissertante, confesso que de início não gostei desse livro. E ainda o estou lendo. Está complicado, mas vamos tentar chegar até o final.
Porém, algo que me chamou atenção ao ler trechos do livro foi entender melhor como funcionava a "guerra fria" do período pós-Segunda Guerra Mundial. Achei interessante entender como Estados Unidos e URSS "dominavam" o mundo apenas através de ameaças. Nenhuma das duas potências estava disposta a por assim dizer, "apertar o gatilho" ou a acionar o tal "botão vermelho" a que tantos filmes aludiam naquela época ( especialmente entre os anos 60 e fins dos anos 70) e que podia decretar o fim da humanidade. Porém viviam insinuando esta possibilidade. Assim que um lado ensaiava alguma ação mais expressiva de guerra, o outro também mostrava as mangas de fora e através de alguma atitude um pouco mais radical, indicava que poderia fazer o mesmo. Diante da ameaça da autodestruição, ninguém fazia nada. E assim fomos passando as décadas de 60, 70, 80 até que chegamos ao início dos anos 90 com a queda ingloriosa do comunismo. O mapa mundial mudou. A Europa mudou. E o mundo atingiu o seu ápice capitalista. Enfim estávamos livres da ameaça que poderia destruir o mundo. A humanidade estava salva da "fera" comunista que podia engolir os homens e os fazerem mais infelizes e desgraçados. Reinava a política certa para a humanidade: o Capitalismo! Reinava a forma certa de governo: a Democracia!
Hoje, mais de uma década depois daquela época marcante na história, chegamos de fato a algumas conclusões reais: O mundo mudou pouco no aspecto político. Quase nada. As ameaças permanecem, continuam. E a forma de governo agraciada pelo povo em fins dos anos 80 não fez ninguém mais feliz de lá para cá.
No aspecto social, a humanidade continua cada dia mais pobre. Completamente dividida. O Capitalismo triunfante resultou na escravidão econômica de países pobres aos países ricos. Os países ricos não estão mais tão ricos assim. O colapso mundial é evidente, e os homens amanhecem com medo do dia seguinte. Medo e dúvida quanto a se irão existir no outro dia ou serão vítimas da violência desenfreada. Medo da doença imperante cada dia em novas formas. Medo da possibilidade de viver...neste mundo livre do império comunista.
Significa isso que o império comunista seria o melhor para o mundo?
Nem tanto. Ele ainda existe na sua forma oriental, e pelo que sabemos, não gerou felicidade e solução para a humanidade enfraquecida e empobrecida. Os aderentes do comunismo continuam tão escravos quanto dantes.
Diante de tudo isso, claro que nos resta uma única pergunta: Então, o que esperar do futuro? Uma nova política de governo? Uma nova forma de governo? Uma fórmula mágica que possa colocar a humanidade nos trilhos da prosperidade e da felicidade.
Chego eu à tenebrosa conclusão: A não ser que o divino intervenha nos assuntos humanos, dificilmente chegaremos a alguma lugar. Dificilmente faremos do mundo paraíso. Nós estamos mesmos fadados a acabar como raça e como povo. É o fim da humanidade. Acabou-se a esperança. E o sonho da felicidade!
Que Deus nos ajude! Amém.