quarta-feira, 28 de março de 2007

Tomei emprestado do Blog "Meus labirintos" do amigo Délio Pinheiro um post deste poema.Muita gente conhece, mas nunca é demais analisarmos... abaixo a transcrição do Post de Délio Pinheiro integralmente como ele postou no dia 02 de dezembro de 2004.

Este poema da Clarice Lispector é muito bonito. Ele representa bem o amor e ódio.


"Não te amo mais.
Estarei mentindo ao dizer que
ainda te quero
como sempre quis.
Tenho certeza que
nada foi em vão.
Sinto dentro de mim
que você não significa nada.
Não poderia dizer jamais
que alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais
que já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."

Agora leia de novo, só que começando da última frase.

sábado, 24 de março de 2007

JORGE E LENE

Jorge Era um eterno boêmio. Sempre viveu toda a vida atravancado com a bebida destilada e quente, e enlaçado pelas mulheres da rua Bonfim. Seu maior prazer era o prazer que as damas das camélias pudessem proporcionar, aliado a uma boa dose de conhaque misturado a uma cajibrina das mais “...dentes” da região ou dos fundos de quintais, produzidas na época.
Lene era uma mulher da roça. Ou da zona rural, como insistiam em dizer antigamente os próprios habitantes que não faziam parte do perímetro urbano das cidades, como se fosse uma humilhação admitir ter as raízes enfincadas no chão, assim como a manaíba desce com as suas para beber água no mais recôndito do subsolo. Humilhação mesmo é não ter origem.
Mas, preconceitos à parte, era daquele torrão que Lene surgiu. Morava lá pelas bandas de Coração de Jesus. Mulher difícil, era verdade. Tinha o “topete” enpinado como costumava dizer meu saudoso pai ao se referir a alguém de personalidade forte.
Jorge passou por várias mulheres em sua vida. Um casamento mal sucedido e ainda passou pela entrega completa ao álcool. Foi ao fundo do poço. Foi e ficou. Estava atolado, ou quase afogado, na maldita. E isso não poderia passar sem um tributo. Adoeceu, se recuperou, adoeceu, se recuperou de novo. E vivia assim, entre a doença e a quase doença. Entre a cirrose e a quase morte de um ser humano seduzido pelo líquido destilado e quente das prateleiras dos empórios nas esquinas esvoaçantes das noites eternas.
Mas Jorge teve berço. Filho de pai militar, teve a oportunidade de freqüentar um colégio militar assim como seus irmãos. Todavia, diferentes dos demais da família, não quis concluir os estudos. Preferiu a alegria e a companhia dos habitantes da infame noite, senhora de todos os nela perdidos.
Lene não teve a mesma sorte. Nem ler sabia. Apenas diante de si a falta de oportunidade que a vida lhe propôs. Vida dura, muitos filhos para criar e a sensação terrível de que o futuro parecia cada vez mais tenebroso. Sombrio.
Não sei ao certo onde Jorge conheceu Lene, ou nem mesmo sei se foi Lene quem quis conhecer Jorge. Certo é que suas vidas se cruzaram e seus destinos se encontraram em algum momento na perceja dura que a vida impõe.
Naquele exato momento, me imponho arriscar supor o que se passou na cabeça de cada um. Para Jorge, Lene era apenas mais uma aventura? Talvez. E para Lene, Jorge talvez fosse a perspectiva do fim de uma vida dura de sofrimento. Afinal de contas, apesar de totalmente entregue a difícil doença do alcoolismo, Jorge tinha casa, e tinha uma família estruturada. Olhando por este prisma, Lene sonhou... planejou... iludiu.
Atenho apenas a dizer que Jorge e Lene ficaram juntos. Jorge continuou entregue aos rompantes que a bebida faz acontecer. Adoeceu, maculou, cambaleou ante ao veneno da serpente espreitado no último gole ou no próximo copo de cachaça. Lene ao seu lado esteve. Acudiu, aparou e amparou.
Lene não era um exemplo de mulher. A vida não proporcionou isso a ela. Mas amava, direito este dado ao ser humano no momento de sua visão da luz. No berço, no seu nascimento. Esse direito ninguém pode nos tirar. E Lene amava Jorge. Do seu jeito parrudo de amar. Mas amava. Incontestavelmente.
Jorge esteve à beira da morte. A bebida cobrou seu preço. Esteve perto de não mais enxergar a luz. Nessa hora, a que chegamos a conclusão de que não sairemos vivos do fundo do poço, sim, nessa hora crucial, eu sou testemunha ocular de Lene estava lá, sempre ao lado do seu homem. Seu companheiro ou simplesmente seu passaporte para sair do submundo em que vivia.
Bem, tanto foi feito que Jorge escapou da morte, saiu da lama. Viu a luz. Largou a bebida. Refez sua vida. Comprou carro, melhorou a casa. Foi homem de novo. Depois de viver anos sendo um nada, um peso morto na vida dos outros. Lene, com toda a sua rusteza, foi-lhe uma âncora, uma muleta, uma escada. E apoiou-lhe nas horas cruciais da vida, até mesmo nas horas cruciais da morte, quando esta rondou-lhe o leito sujo em que dormia.
Finalmente saiu do fundo do poço.
Depois de voltar a ser homem de novo, Jorge abriu os olhos para o mundo. O tempo passou e ele percebeu que Lene era uma mulher mais velha, cansada e exausta de brigar com a vida. Queria paz e um cantinho pra recostar a cabeça.
Jorge queria guerra, e sangue novo para alimentar a vaidade humana. Partiu à cata de algo “melhor”. E encontrou algo mais novo, menos cansado e mais atrevido. Apenas esqueceu-se de dizer à Lene que ela não fazia mais parte da vida e dos planos dele. Que já não tinham mais sonhos em comum. Esqueceu-se até da própria casa e dos próprios filhos, porque quando partiu, não anunciou nem que voltaria pra jantar a comida que Lene preparava todas as noites pra ele. A comida ficou lá, no prato, esperando que Jorge entrasse pela porta e a reclamasse, a quisesse.
Lene esperou, mas Jorge não voltou. A comida azedou. Ao contrário do que esperava, Lene apenas percebeu que a cada dia Jorge só apanhava o pouco que lhe restava de suas roupas e ia alimentar a febre do corpo que o corrompia. Queria sangue novo, e estava conseguindo, como um vampiro sugando o sangue de sua pobre vítima na noite feroz.
Diante disso, Lene viu seu futuro cair. Já não havia mais alimento no armário. Já não havia mais café na mesa, carne no prato ou dinheiro pra comida.
Mesmo assim, ela forcejou pelo seu amor. Brigou, porfiou, esbravejou, rezou, suplicou, “...Até ao preto velho pediu proteção, mas de nada adiantou...”, como nos faz lembrar a letra de uma velha canção da década de 70.
Vendo resvalar pelos dedos suas esperanças, Lene parou. Desistiu. Não de Jorge, mas da vida. De lutar pela esperança. Para ela, já não fazia mais sentido viver.
Depois de sua dedicação, era essa sua recompensa. E este golpe final, por fim atingiu seu coração insalubre. Este já não batia no mesmo compasso do seu companheiro. E na sua batida desritmada, arrastou também seu corpo, que passou a definhar-se a cada entardecer. A cada pôr-de-sol ela sentia-se menos gente, menos viva, menos alma.
Jorge foi-se, e com ele carregou as únicas forças que ainda restavam à pobre.
Assim, com o passar dos dias, Lene não quis mais a vida. Por mais que lhe implorassem os amigos, por mais que dissessem, ou suplicassem, ela simplesmente não ouvia. Estava sendo consumida pelo seu amor. Seus olhos estavam focalizados apenas numa única direção: o vazio! Era surda e muda, corroída pelo próprio sentimento, misturado à impotência e a inutilidade da vida.
E, um dia, arrasada pela doença, pelo desgosto e pela desilusão, Lene morreu. Assim, sem dar muita explicação. Me arrisco a dizer que apenas fechou os olhos e deixou seu coração parar. Por que morta, ela já se sentia a muito tempo.
Morreu por amar... morreu de amor... o sentimento nobre que deveria dar vida e força a todo ser humano. Foi este o algoz do coração da pobre alma que um dia sonhou que poderia ser gente e que poderia ser até mesmo feliz.
Quanto à Jorge, nunca mais voltou. Ainda continua por aí, ninguém sabe onde anda, ou andará. Ainda suga o sangue novo que encontrou. Até quando não se pode prever.
A única coisa que podemos imaginar é que um dia há de encontrar-se consigo mesmo, com o seu guardião da mente, e ainda há de perguntar-se por que em algum momento de sua vida, ele simplesmente não voltou apenas para se despedir daquela que na sua sapiência rude o empurrou para cima, e com esse gesto nobre, desceu aos infernos pela última vez.
Dizem as más línguas das senhoras inconstantes que em noites de lua cheia, Lene ainda está lá, sentada na porta de sua casa, esperando que Jorge volte para jantar aquele último prato que ela lhe preparou e para assim dar-lhe seu último adeus, pois nem mesmo isso a vida permitiu à reles ter. Nem mesmo a despedida do seu amor mais recôndito.
A Odisséia da vida é mesmo assim. Amor e sofrimento andam de braços entrincheirados. Ave, àqueles que amam e morrem pelo amor. Sem pedir pagamento, pois fácil é amar quem nos ama. Difícil mesmo é morrer de amor por quem nos odeia. Viva Cristo!

quinta-feira, 22 de março de 2007

"...Não jogue suas pérolas aos porcos..."


“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis as vossas pérolas diante dos porcos...”, disse Cristo aos seus discípulos.
Um dia desses, lendo essa passagem bíblica, onde Jesus proferia o seu famoso “Sermão da Montanha”, registrado no Evangelho de Mateus, capítulo 7, versículo 6, comecei a raciocinar como isso podia ter algum significado na minha vida pessoal.
Bem, naquele caso, Jesus falava de desperdiçar preciosidades com quem não tem receptividade. Segundo o Homem de Nazaré, seria como jogar “pérolas aos porcos”.
E hoje? Que significados assumiriam exatamente estas palavras?
Bem, falando de situações minhas, extremamente pessoais, quero dizer que me senti como se tivesse desperdiçando um tesouro com quem não poderia usá-lo, sequer reconhecê-lo como tal, dia desses aí. Me senti exatamente como Jesus falou ao lidar com alguém que não valorizou meus atos, minhas atitudes e inclinações. Você sabe o que é agir, falar, ser realmente verdadeiro durante um tempão e não ser valorizado? Você sabe o que é demonstrar isso e não ser reconhecido? Digo reconhecido por que não se tomam atitudes reais, íntegras ou verdadeiras esperando a retribuição. Não a retribuição, mas o reconhecimento. O respeito.
As pessoas gostam de ser reconhecidas por um bom trabalho realizado, uma boa palavra falada, um bom escrito ou até um conselho guardião da vida de outrem. Quando isso não acontece, a decepção é muito profunda. Beira o fracasso.
Pois é, você luta, perceja, esforça e não acontece absolutamente nada.
E eu me senti assim. Joguei minhas preciosidades na lama. “...Aos porcos”, como disse o maior homem que já viveu. Foi um sentimento de inutilidade tamanho, mas não totalmente fútil. Houve aprendizado.
Aprendi que, não importa o nosso esforço para com determinados assuntos ou determinadas pessoas, ainda assim nem sempre seremos reconhecidos. Não importa o nosso desejo de que elas entendam que labutamos em dar o máximo de nós para uma causa, um sentimento ou um trabalho, ainda assim será pouco. Quase nada.
É fato chegar à conclusão de que para estas pessoas, desperdiçamos nossos talentos, nosso tempo e nossas forças. Para estas, “lançamos nossas pérolas aos porcos”. Não adianta. Temos que esquecer. Despachar, fazer andar, deixar prosseguir e ao mesmo tempo também prosseguirmos. Passarmos adiante. Lá na frente haverá de ter quem valorize nossas ações, nossos trabalhos ou nosso sentimento.
Mas isso não pode e não deve servir de consolo. Haverá de ter mesmo alguém. Existirá!
Depois de perambular por uma situação muito estressante, eu pude mesmo confirmar que não há nada melhor do que um dia após o outro. Mas a lição de Jesus ainda permanece e permanecerá. Nossas preciosidades, aquilo que temos de melhor em nós, nossos talentos ou até mesmo nossos sentimentos não devem ser desperdiçados, jogados ao vento... “lançadas aos porcos”. Ainda uma amiga se sentiu ofendida um dia desses quando eu disse a ela que pelo fato dela não valorizar uma atitude minha, eu estava jogando pérolas aos porcos. Nossa!!! Ela ficou de bico torcido alguns dias. Disse que eu a havia chamado de porca. Claro que não foi isso! Ela na sua absoluta inteligência sabe que eu quis dizer que estava desperdiçando meu tempo com algo que ou ela não entendia ou não queria entender. Mesmo assim ela Não se conformou. Mas se conformando ou não, a verdade e a moral da história é sempre a seguinte: Para determinadas pessoas, não devemos perder o nosso tempo. É melhor seguir adiante que certamente encontraremos quem nos valorize por completo. Amém!

sexta-feira, 16 de março de 2007

" Pérolas de Paulo Narciso - Parte Um "

- "...Não me venham com converscotes, eu quero é informações!"
-" Entre o bom e o bonito, fique sempre com o bom!"
- " Se você põe um pé num cavalo e outro pé em outro cavalo, com certeza cairá quando os dois arrancarem..."

domingo, 11 de março de 2007

" Quando não é proveitoso, excluímos do msn! "



O “messenger”, mais comumente conhecido como MSN é um grande aliado. Nos ajuda a manter contato com nossos amigos, nosso colegas de trabalho, nossos clientes e por vez até com nossos amores. Não raro os diretores de departamento em suas empresas sempre tem que tomar algumas medidas “preventivas” por que julgam que seus funcionários estejam “desperdiçando” tempo com esse instrumento cibernético.
Eu não penso assim. Sou um grande defensor do MSN em todas as facetas que citei acima.
Em muitos locais de trabalho, a gente percebe que o pessoal sempre fala da vida alheia. Em muitas repartições, a hora do cafezinho é extremamente desperdiçada com conversas do dia a dia, às vezes fora de hora, às vezes inoportunas demais. Às vezes intrometidas demais nos assuntos alheios. E isso com um agravante avolumado: a ausência de trabalho e de produção. Olha, tenho o desprazer de confessar que tenho colegas de profissão que saem de suas casas e vão dar cabo da vida alheia no local de trabalho. E não venham me dizer que o ideal é que a conversa paralela não exista no ambiente de trabalho por que ela SEMPRE vai existir, quer queiram ou não. Quer os donos de estabelecimentos aceitem ou não. Então, defendo a tese: Já que é pra conversar, por que não conversar e ao mesmo tempo produzir?
Aí é que entra o MSN. Você o utiliza sem precisar levantar da sua mesa de trabalho, sem deixar de atender um telefone ou terminar de preencher um relatório. Então você conversa, mas produz. Você pode entre um formulário e outro, responder a uma pergunta de um amigo, de um amor (por que não?) ou tricotar a vida alheia com um colega de trabalho. Olha só, você pode fofocar e ao mesmo tempo produzir. Sem contar com a privacidade que o MSN dá por que a gente não precisa nem botar a boca no mundo pra falar mal do chefe. Faz isso teclando suavemente e quase em silêncio.
Mas, brincadeira à parte e agora falando de como acho importante mas ao mesmo tempo perigoso o uso indiscriminado do MSN, posso citar acima de tudo o critério que devemos ter ao selecionar nossos amigos. Virtualmente isso não é fácil, reconheço. Não temos nem mesmo como avaliar a cara ou a reação que um amigo virtual faz ao falarmos com ele algo de que realmente não gostou. Só se tivermos o acessório da CAM, o que hoje em nossos dias nem todo mundo tem. Nem as “Lan-House” tem em todos os seus computadores, que dirá nós, cidadãos das “galés” suburbanas da vida.
Então, sugiro como usuário há mais de cinco anos desse acessório importante da vida “internética”, que à medida que o tempo for passando e você perceber que se equivocou ao escolher uma amizade através do MSN, não o bloqueie. Exclua-o definitivamente. Elimine-o por completo de seus amigos e contatos. Bloquear é meio falsidade. É dizer que você não está on-line, estando. É mentir de alguma maneira. Excluir é declarar que você não quer mais a companhia. É assumir até mesmo que você se enganou. Por que não? Assim como a pessoa pode se enganar querendo a sua amizade, você também pode se enganar fazendo o caminho contrário. Não vejo nada demais nisso. É apenas uma declaração pública, uma confissão de que o ser humano erra. É realmente ser sincero. Coisa que poucas pessoas tem a coragem de ser em nossos dias. É pedir penitência e mostrar que como ser, o homem vive aprendendo com seus erros. E é assim que acho interessante me sentir. Certo por conviver com o errado. Verdadeiro ao conviver com a mentira. O MSN é talvez uma forma de demonstrar isso.
Na verdade a conclusão a que chego é que o MSN é um instrumento. Uma arma poderosíssima para se estar em dia com todos e de estar em comunicação com o mundo. Mas isso não significa que tenhamos que aceitar contatos por aceitar. Como diria minha grande amiga Rhádila Beckker, hoje feliz da vida na Alemanha vivendo e aproveitando o amor de sua vida que conheceu através do nosso querido "messenger": “O MSN é pra quem é dos meus, caso contrário, excluo mesmo”!
Vejo que ela está certa. Percebo veracidade em suas palavras. E acho que passo adiante a receita. Use o “messenger”, abuse da sua arte de fazer amigos, mas ao mesmo tempo, se percebeu que alguma coisa está errada, se percebeu que algo não é proveitoso, exclua! Delete mesmo!... Para o seu próprio bem...

sábado, 10 de março de 2007

Uma homenagem autêntica para uma pessoa autêntica


Hoje queria falar um pouco de uma amiga que me deixou a algum tempo para estudar em outra cidade. O nosso tempo de convivência foi relativamente curto, se dissermos que um ano é pouco tempo. Mas nesse meio tempo aprendi com essa amiga uma coisa muito importante: o ser a pessoa mesmo! aprendi a não ser o que não dá pra ser.Descobri que isso se chama: autênticidade.Talvez eu ainda não soubesse ou não entendesse o que era isso antes do nosso convívio, mas depois da sua partida pude entender o que é se dar bem com alguém. O que é conviver sem ter que cobrar do outro a ausência. Aprendi também que isso se chama individualidade. A não-anulação da própria pessoa e de seus compromissos em função de outrem. Isso, aprendi com ela. E tem me servido de base para ser amigo de outras pessoas também. Confesso que tenho me sentido muito bem sendo dessa forma, depois de ter sido agraciado com esse aprendizado e ao mesmo tempo esse presente vindo de minha grande amiga. Confesso que depois de aprender e viver tudo isso, ficou mais fácil ter pessoas ao meu redor e no meu círculo de amizade gostando de mim do jeito que sou. Gostando de mim por eu ser eu mesmo. E acho que estou querendo ser melhor a cada dia. Para tanto, digo que hoje minha homenagem é para minha mais que amiga Michelle Parron, com quem tanto aprendi e com quem tenho o prazer de conversar ainda todos os dias pela internet. Aliás, bendita internet que não nos deixa longe das pessoas mais queridas da nossa vida mesmo quando elas estão longe!

quinta-feira, 8 de março de 2007

O julgamento é seu

As pessoas confundem "Bife ali na mesa" com "Bife à milanesa". Francamente falando, é fácil você saber quando uma pessoa mente e quando ela fala a verdade. É fácil você saber quando as pessoas valem a pena e são seres humanos de caráter real ou quando são de caráter duvidoso. É fácil saber quando as pessoas tem brio e quando são mesquinhas.Fico contente que meu blog agora esteja aberto aos meus amigos leitores para os seus demais comentários. Por que a partir de agora realmente o que escrevo vai penetrar fundo na alma dos que entendem a vida e dos que querem fazer da vida uma completa balbúrdia. Um completo inferno de Dante.Hoje acordei um pouco melhor do que ontem. Ontem eu ainda tive dúvidas se valia a pena a atenção de alguém. Hoje eu tive certeza...de que não valia. E isso fez minha consciência respirar. Isso fez o piano pesar como uma pena.As pessoas que para se "safarem" tiram o seu ... da reta, prá mim não tem brio, não tem caráter e valem muito pouco no quesito "gente". Parte disso é a própria mentira que querem infundir nos outros, como se nós fôssemos os culpados pelas suas atitudes intrínsecas, ou como se fôssemos meninos, ou idiotas, ou pior ainda: insistentes, coisa que não somos.Quem perde com isso? Quem não tem brio e não é honesto. Quem tem problema de personalidade. Aliás, quem perde com isso é quem nem mesmo tem personalidade. Tem pouco de gente.Com esse tipo de pessoa, não vale a pena a amizade, o amor e a alegria da convivência.É um pesar que o mundo ofereça pessoas assim ainda para o nosso convívio.Quanto às culpas, deixemos que o tempo as demonstre.Não há necessidade de pressa... e nem de falatórios.Há necessidade no mundo de mais honestidade, e mais sinceridade.Porém, me resta o sentimento de pena de quem não age com escrúpulos.Isso me faz lembrar em muito a política do mundo: corrupta, suja e ilegal.Eu sei que eu sim, sou eu mesmo, aqui ou no japão.Quantos aos outros, como dizia a grande intérprete Paula Toller: " os outros são os outros...e só!"

quarta-feira, 7 de março de 2007

A FALTA DE INFORMAÇÕES É O QUE GERA O PRECONCEITO

Sinceridade, as vezes me falta paciência pra aceitar a imperfeição dos outros. Mas não posso culpar as pessoas, culpo a falta de informação. A falta de preparo. A falta de educação. E isso a gente observa no dia a dia, indo ao Banco e enfrentando uma fila. Lidando com amigos, clientes e companheiros de profissão, e assim por diante.As vezes eu me pergunto qual a dificuldade das pessoas em aceitar sugestões. Parece que aceitar sugestão diminui alguém. Me lembrei com isso de uma ocasião em que sugeri a um senhor em Belo Horizonte utilizar a faixa de pedestre. Ele me dirigiu palavras lindas e maravilhosas que se você lesse aqui, nem entraria mais neste modesto blog. Mas ele era um senhor, que vivia na capital há pelo menos uns 50 anos e estava acostumado a atravessar a rua naquele lugar errado todos os dias. Naquele dia o trânsito estava intenso e então não deu certo ele atravessar. Mas não sei por que cargas d´água aquele senhor não aceitou minha sugestão. Preferiu ficar lá, esperando por pelo menos mais meia hora para atravessar a Avenida Afonso Pena do que andar uns 150 metros e atravessar a faixa. Bom, mas volto a insistir...era um senhor, e eu posso entender que se sentisse diminuído ou até ofendido em ouvir alguém mais jovem dizer-lhe o que fazer.Agora quando ouço alguém que tem a vida inteira pela frente para aprender simplesmente renegar a uma sugestão, aí realmente acho puro preconceito. E não é a uma ordem: é sugestão mesmo. Aí isso me fere. Me deixa sem paciência com vontade de rasgar a boca no mundo e mandar todo mundo se catar.Bom, nem sempre é prudente. Nos meus 36 anos de experiência aprendi que não é prudente. E não é mesmo!Sendo assim, calar a boca e deixar que cada qual veja por si que o que disse nem sempre é o ideal, certo ou o correto, é imensuravelmente melhor. É preciso paciência pra isso. Mas é o melhor.Sendo assim, quem sabe o meu apêlo para que as pessoas se informem mais estando registrado aqui seja até mais produtivo do que tentar falar com elas. Penso que no caso destas pessoas mesmo do alto do nosso pedestal é preciso descer um minuto, prá ouvir a ralé, os plebeus, os indigentes.Não me tomem por dramático. É que dizendo assim, e só assim devo imaginar que as pessoas possam entender que nesse mundo tão ligado pela comunicação, pela informação em tempo real. É exatamente neste mundo informado que a falta de informação é o que mata!

terça-feira, 6 de março de 2007

Pequena dissertação de fim de caso

O amor tudo perdoa. Até a falta do próprio amor. E hoje me sinto mais maduro para perdoar o engano em ti.
Foi com muita tristeza que falei com você ao telefone naquele sábado fatídico. Apenas me certifiquei que nossos valores eram e são diferentes. O que é um sentimento puro pra mim não passa de um envolvimento qualquer pra você. Uma brincadeira de paixonite “teen”. Ouvir você não levar em consideração nenhuma palavra que eu falava ao telefone por estar absorta na sua “chacrinha” particular e querendo disfarçar para os seus amigos a nossa conversa foi a gota d’água. Doeu profundamente. Ver que a sua atuação diante deles era de quem estava conversando com alguém meio insistente, meio besta, fez-me compreender que afinal de contas, eu não era tão importante assim. E que enfim, a maturidade emocional ainda está longe de você. Aliás, triste constatação, mas, convenhamos, o que sou eu diante de uma eternidade de amigos não é mesmo? Perdoe a ironia, mas ela se faz imprescindível diante da minha pesarosa conclusão. Pesarosa, mas necessária! Imputante, mas ao mesmo tempo importante! É perceptível que seu coração ainda não está maduro para o amor. Ele não está pronto. Você ainda não desvendou essa lacuna no sentimento humano. Porém, isso não te faz uma pessoa pior. Apenas despreparada. O que necessariamente não significa que será assim para sempre. Isso é normal em um período de nossa vida. E você é um ser humano como qualquer outro. Tenho a mais absoluta certeza que não será para sempre. Por que afinal, você é superior. E acima de tudo, é esperta e inteligente. Vai chegar lá. E isso será grande motivo de alegria pra mim. Digo sem hipocrisia, e sem a ponta de ironia da frase anterior. Ficarei e estarei feliz nesse dia. Mas por hora, deixemos que a vida siga seu rumo. Deixemos que ela própria assuma a direção e tome o leme. Não quero me tornar em sua vida como os outros relacionamentos. Um estica-encolhe, um vai-e-vem, um termina-começa que vai se arrastando como uma serpente peçonhenta consumindo com o veneno dela nossas vidas e nossas alegrias. A minha proposta não foi essa. É preciso descomplicar, facilitar, deixar leve e fazer fluir. Para isso é preciso envolvimento, é preciso vontade. Isso sobra em mim, mas falta em você. Quem sabe a famosa “química” no amor de que tanto falam e tanto dizem não aconteceu, não é mesmo? É preciso compreender isso. Compreender e sobretudo, aceitar. Não quero fazer acusações, como se a culpa fosse somente tua. Não. Em um fim de relacionamento existirão sempre motivos bilaterais, e certamente em algum momento eu também fui errado. Em cobrar ou pedir, em sufocar ou até mesmo deixar transparecer uma pitada de ciúme. Nós sabemos que o ciúme corrompe e atrapalha. E nunca é bom pra ninguém. E ele pode ter sido o grande responsável pelo sonho ter-se desfeito ou desabado.
Mas enfim, é bom também lembrar o que de positivo aconteceu.
A mim resta o consolo supremo de que marquei sua vida. Sou feliz por isso e por saber que por onde passo, deixo coisas boas às pessoas que me rodeiam, e as pessoas as quais também quero rodear. E sei que deixei coisa boa em seu coração. Contribuí para que de alguma maneira você pudesse compreender o real humanismo cheio de sinceridade. Meu coração é sincero. Disso você jamais terá dúvida. Jamais. Pus o telefone no gancho naquele sábado com a leveza de um ser puro, firme e confiante de ter feito a sua parte. Sim, a minha parte, fiz.
E a sinceridade deste meu coração poderá produzir bons frutos. Poderá ser capaz de te conduzir. De te dar uma candeia no breu, para que com ela você possa seguir sua trilha em busca da tal felicidade, que, tenho certeza, não tardará. Isso é o lado bom das experiências em nossas vidas.
Bem, está na hora de dormir. A noite já vai longa e não terminará logo. Pelo menos não pra mim.
Estou de consciência limpa de que enfim fui honesto, fui sincero e fui amigo.
Agora resta ao tempo encarregar-se de deixar que a amizade perpetue. Que ela perdure e seja enfim uma grande aliada de nossas vidas.
Com certeza nos encontraremos. Com certeza. Não digamos adeus.
Digamos até breve.
Beijos fraternos.