sábado, 7 de julho de 2007

Busca...


Onde você estava, que não te achei em lugar algum? Eu ainda te procurei por todos os cantos dessa cidade imensa. Procurei-te nas ruas, nas lojas, nos bares, nas praças, e até nas “porteiras”, debaixo das frondosas figueiras, oliveiras e paineiras, mas não consegui te achar. Somente senti seu cheiro pela janela todas as noites de ninguém, quando pensei e repensei em você e em como seu sorriso é puro, mas ao mesmo tempo divertido.
Mas em que lugar você se meteu?
Eu não te acho. Procuro, rebusco, percejo, labuto a tentar encontrar-te, mas não consigo saber onde você estava. Minha mente divagou, viajou, alucinou e tentou em vão achar-te em cada canto vil desta imensidão de metrópole.
Mas foi na noite, a minha maior companheira, que eu percebi uma pista, e um caminho de onde te encontrar.
Foi a minha mais intensa amiga que me revelou onde você poderia estar.
Foi passando horas ao lado da lua, consultando as estrelas, proseando com os habitantes da intrínseca noite que fui me acometendo de uma certeza de achar-te. De perceber-te.
Foi em longas horas de um monólogo infindável que tive a certeza de que, durante todo este tempo em que esteve longe, em que não te vi, que te procurei, mas mesmo assim senti haver perdido você, sim, foi dessa forma que cheguei a conclusão, após aconselhar-me com o crepúsculo e o alvorecer, ao mesmo tempo, que concluí na verdade que você nunca esteve longe. Sempre esteve presente. Escondida, mas presente em meu coração. Nunca saiu dele, só se fez de estátua, gélida estátua, para depois, derreter o invólucro de gelo postado em camadas de frieza fora de você, com o calor abrasador do meu sentimento.
Só eu tirei você de mim, e só agora posso recolocar-te de novo de onde você nunca deveria ter saído.

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