quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Nada talvez seja tudo


E um vazio insiste em tomar conta. Por mais que eu saiba o que é correto, a saudade grita mais alto. É mais forte. O vazio talvez seja o resultado da ausência do teu espírito em mim. É um vazio pesado. É maior e é tamanho que não existe dimensão para defini-lo.É um oco. Um vão. É só. Solidão.A definição de sua ausência é a tristeza reinante. A agonia que toma conta de um ser afetado pelo modo insípido de encarar a vida.O dia foi insípido. Arrastou como se não passasse. Como se não quisesse chegar ao fim. Teimou em não acabar. E você teimou em não passar junto com ele. E não passou. Na mente. Na cabeça. Nos cabelos. Desgrenhados. Não os penteei. Não quis. Eles representam o protesto. A linguagem do meu lamento por ti. Pela sua inexistência. Ausência. Ou simplesmente... sua partida do meu diário vivo.Sim. Ter você está cada vez mais distante. Ao menos sua companhia tem se tornado um risco diário. Um perigo rondando a porta. Sendo assim, é melhor prosseguir no mar da vida como uma nau sem rumo. Sem o seu corpo presente. Pois que seja sem você. Sua companhia é sinônimo de sofreguidão. De insegurança e ao mesmo tempo de lamúria.É hora de reconhecer o fracasso.Já não é mais dia. É noite. Enfim, foi o próprio dia que me arrastou até aqui. Apenas para chegar a exaustiva conclusão de que a disputa teve um fim. Ela foi vencida pelos meus inimigos, meus rivais ou simplesmente meus companheiros de luta. Não sei. Sei que meus ombros pesaram. Como se eu carregasse um piano. Estou cansado. De correr para você e ao mesmo tempo ver que você já não existe. Já não ocupa o mesmo lugar. Não é mais onisciente em minha vida.Deitei-me. Rezei. Fechei meus olhos e como num aceno, dei meu ultimo adeus à sua sombra. É hora de dormir e deixá-la do lado de fora dos meus sonhos. E ao mesmo tempo em que sonhar, vou acordar sentindo que estou dormindo no vazio das suas lembranças.Boa noite. Dorme bem. Fica bem.Eu velo por ti.Talvez em qualquer lugar, possamos um dia reencontrar o elo perdido. A fagulha que faltava. Para só assim descobrirmos o prazer que a felicidade dá aos amados e amantes quando a entrega é ambígua.Amém.

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